sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Império Napoleônico e sua queda.






O Império Napoleônico 

















Enquanto no Brasil germinavam as sementes da Independência, na França florescia um novo Império. Coube a Napoleão a tarefa de consolidar internamente e difundir externamente os ideais da Revolução. Ela havia atingido o auge durante o Terror. A reação veio em 1795 com a implantação do Diretório. Este teve dificuldades para governar, atacado pelos partidários da realeza, que queriam a volta do Antigo Regime, e pressionado pelas cama­das populares, que queriam a volta do Terror.
Alguns diretores resolveram fortalecer o poder do Diretório, conspirando com um líder militar popular, que se havia destacado em guerras da França contra a Itália (1796-1797) e no Egito (1798-1799): Napoleão. Foi ele o escolhido para chefiar o golpe que depôs o Diretório, dissolveu a Assembléia e implantou o regime do Consulado (1799-1802).
Não passava de uma ditadura disfarçada. Em 1804, foi criado o Império, espécie de monarquia vitalícia. Apesar de haver Constituição, Napoleão governou despoticamente. Por algum tempo, a prosperidade resultante das reformas internas e o êxito das guerras permitiram a continuidade do regime. Com os primeiros fracassos militares, seus fundamentos seriam abalados, até a queda em 1814.

O Consulado vira monarquia


Em 1799, a França apresentava aspecto desolador: indústria e comércio arruinados; caminhos e portos destruídos; serviço público desorganizado; emigrados fugiam da desordem e da ameaça de confisco de bens; clérigos que se haviam recusado a acatar a nova Constituição eram perseguidos. A guerra civil parecia iminente.
Napoleão procurou fazer uma política de re­conciliação. A Constituição, aprovada em plebiscito por mais de 3 milhões de votos, lhe deu poderes ilimitados, sob aparência de regime republicano: o Consulado. O voto era universal. Fazia­se uma lista de candidatos mais votados e entre eles o governo escolhia os encarregados das funções públicas.
O fraco Poder Legislativo se compunha de quatro assembléias: Conselho de Estado, que preparava as leis; o Tribunal as discutia; o Corpo Legislativo votava; e o Senado velava pela execução. O Poder Executivo, confiado a três cônsules nomeados pelo Senado por dez anos, era o mais forte. Quem detinha o poder mesmo era o primeiro­cônsul; ele propunha e mandava publicar as leis, nomeava ministros, oficiais, funcionários e juízes.
Em 1802, Napoleão assinou afaz de Amiens, pondo fim ao conflito europeu que durava desde 1792.
Seu governo reorganizou e centralizou a administração. Tomou medidas financeiras importantes, como a criação de um corpo de funcionários para arrecadar impostos e a fundação do Banco da França, com direito de emitir papel­moeda. A situação econômica melhorou. O ensino secundário se organizou com o objetivo de instruir funcionários para o Estado. A maior obra de Napoleão foi o Código Civil, inspirado no Direito Romano, nas Ordenações Reais e no Direito Revolucionário; completado em 1804, continua na essência vigorando em nossos dias.
A paz com a Igreja a veio em 1801. O papa aceitou o confisco de bens, e o Estado ficou proibido de interferir no culto. Os bispos, indica­dos pelo governo e investidos nas funções pelo papa, prestariam juramento de fidelidade ao governo. As bulas papais só entrariam em vigor depois de aprovadas por Napoleão.
Vitorioso interna e externamente, Napoleão pôde estabelecer a hereditariedade do Consulado em 1802: recebeu do Senado o direito de indicar seu sucessor. Tratava-se da implantação da monarquia hereditária.

O despotismo de Napoleão


Aproveitando o perigo trazido pelo reinicio das guerras, Napoleão se fez proclamar impera­dor. Em 1804, nova Constituição legalizava o Império e convocava um plebiscito para confirmar sua instituição. O papa sagrou Napoleão em Paris. Seu poder era absoluto.
Ao Código Civil, seguiram-se o Comercial e o Penal. A economia se aqueceu. Os camponeses passaram a produzir mais e a apoiar o regime. A indústria foi estimulada. O governo concluiu numerosos trabalhos iniciados no Consulado: canais, portos, estradas, embelezamento de cidades.
Napoleão tornou-se mais despótico que os antigos reis. Suprimiu as assembléias; o Tribunal e os Corpos Legislativos perderam suas funções; não havia respeito pelas liberdades individuais e políticas; a imprensa ficou sob censura. O imperador interveio na educação. Alterou o programa de disciplinas perigosas para o regime, como História e Filosofia. Serviu-se até da religião: o catecismo ensinava os deveres para com Deus e para com o imperador; quando o papa se recusou a integrar-se na política internacional de Napoleão, ele lhe tomou os Estados e confinou-o em Savona (1809); os bispos que tomaram o partido do papa foram perseguidos.

Em 1803, a Inglaterra se uniu à Rússia e à Áustria para lutar contra a França. Os ingleses venceram nó mar, em Trafalgar, na Espanha; mas os franceses bateram os austro-russos em terra, em Austerlitz, Boêmia. No fim da guerra, a Áustria foi separada da Alemanha e da Itália, e esta submetida à França. Na Alemanha criou-se a Confederação do Reno, sob tutela francesa, para substituir o Sacro Império.
Outra aliança se formou em 1806 contra Napoleão: a Prússia e a Rússia, ambas vencidas. Pela Paz de Tilsit (Prússia), a Prússia foi desmembrada e a Rússia se aliou à França.
Para enfraquecer a Inglaterra, Napoleão decretou o Bloqueio Continental: todos os europeus eram obrigados a fechar seus portos ao comércio inglês.
O desejo de conquistas na Península Ibérica abriu à França novos campos de conflito. Os austríacos aproveitaram e retomaram as armas em 1809, mas foram batidos e também sofreram desmembramento.
O poder napoleônico chegava ao auge. Seu organizado exército parecia imbatível. A Europa ocidental estava submetida a seu poder. Mas as intervenções francesas provocaram revoltas nacionais, principalmente na Prússia.
Em 1812 terminou a aliança com os russos, quando eles romperam o bloqueio contra os ingleses. Napoleão invadiu a Rússia. Venceu a Batalha de Moscou, mas encontrou tanta resistência que foi obrigado a uma retirada desastrosa. Na Espanha as tropas sofriam com os guerrilheiros. A família real portuguesa fugiu para o Brasil: mais uma brecha no Bloqueio Continental.
Prússia e Áustria então se aliaram à Rússia e venceram Napoleão em Leipzig (Confederação do Reno), destruindo-lhe o poder na Europa (1813). Ele nem sequer conseguiu impedir a invasão da França. Os aliados tomaram Paris, restabelece­ram a monarquia deposta em 1792 e obrigaram Luís XVIII a aceitar o Tratado de Paris.
Preso na ilha mediterrânea de Elba, Napoleão fugiu em março de 1815 e retomou o poder (Governo dos Cem Dias). Mas foi detido pela última coligação européia contra a França. Os ingleses o derrotaram em Waterloo, na Bélgica. Preso na ilha de Santa Helena, costa africana, morreu em 1821.
Luís XVIII retomou o poder. Em 1814-1815, o Congresso de Viena restabeleceu o equilíbrio entre as grandes potências (Inglaterra, Prússia, Rússia e Áustria); Alemanha e Itália permanece­ram divididas; a Inglaterra adquiriu a supremacia marítima e colonial. Para preservar a paz e evitar perturbações sociais como a Revolução Francesa e as guerras de Napoleão, as potências criaram a Santa Aliança.

Causas da Revolução.


Causas da Revolução Francesa 

As principais causas da Revolução Francesa, contexto histórico anterior à revolução, situação social e política da França

Queda da Bastilha Queda da Bastilha em 14 de julho de 1789

Introdução

Damos o nome de Revolução Francesa a uma série de eventos ocorridos na França entre 1789 e 1799 que derrubou a monarquia absolutista, levando a burguesia ao poder.

Causas da Revolução Francesa:

- Descontentamento do Terceiro Estado (burguesia, trabalhadores urbanos, camponeses), que era a grande maioria da sociedade, com os privilégios da nobreza e do clero;
- Os integrantes do Terceiro Estado deviam pagar altos impostos, enquanto clero e nobreza eram isentos. Esta disparidade gerava muita revolta em grande parte da população;
- Quase todas as terras do território francês estavam nas mãos da nobreza, fato que também gerava muita revolta na população;
- As pessoas que contestavam o absolutismo na França eram presas na Bastilha (espécie de prisão política da monarquia) ou enviadas para a guilhotina;
- Péssimas condições de vida enfrentadas pelos trabalhos urbanos (carga de trabalho elevada é baixos salários) e camponeses (viviam praticamente em situação de miséria);
- Elevados gastos da nobreza com luxo (festas, banquetes, roupas caras, joias, etc.), enquanto grande parte da população vivia em péssimas condições de vida;
- Grande vontade da alta burguesia comercial em participar das decisões políticas da França. A burguesia queria também maior liberdade econômica, com pouca interferência do governo;
- Grande influência dos ideais iluministas, que defendia o fim do absolutismo, sobre os intelectuais e integrantes da alta burguesia.




Revolução Francesa


Revolução Francesa

Antecedentes, causas, Tomada da Bastilha, girondinos e jacobinos, monarquia constitucional,  República jacobina, 
Robespierre, burguesia no poder, Napoleão Bonaparte, História da França, aspectos da economia, resumo

Revolução Francesa
Queda da Bastilha: marco da Revolução Francesa

Contexto Histórico: A França no século XVIII 
A situação da França no século XVIII era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime. O Terceiro Estado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por este segmento social com o objetivo de manter os luxos da nobreza.
A França era um país absolutista nesta época. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à morte.
A sociedade francesa do século XVIII era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social, estava o clero que também tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da sociedade era formada pelo terceiro estado (trabalhadores, camponeses e burguesia) que, como já dissemos, sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. Pior era a condição de vida dos desempregados que aumentavam em larga escala nas cidades francesas.
A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho.

A Revolução Francesa (14/07/1789) 

A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.
O lema dos revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade ", pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês.
Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793. O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.
No mês de  agosto de 1789, a Assembleia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.

Girondinos e Jacobinos
Após a revolução, o terceiro estado começa a se transformar e partidos começam a surgir com opiniões diversificadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política. Por outro lado, os jacobinos representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no governo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e defendiam também profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres.

A Fase do Terror 

Robespierre Maximilien de Robespierre: defesa de mudanças radicais

Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e organização as guardas nacionais. Estas recebem ordens dos líderes para matar qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas desta época.

A burguesia no poder
 Napoleão Bonaparte: implantação do governo burguês 

Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam a instalar um governo burguês na França. Uma nova Constituição é aprovada, garantindo o poder da burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico. O general francês Napoleão Bonaparte é colocado no poder, após o Golpe de 18 de Brumário (9 de novembro de 1799) com o objetivo de controlar a instabilidade social e implantar um governo burguês. Napoleão assume o cargo de primeiro-cônsul da França, instaurando uma ditadura.

Conclusão
A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. Os ideais políticos (principalmente iluministas) presentes na França antes da Revolução Francesa também influenciaram a independência  de alguns países da América Espanhola e o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

"Pra começo de conversa!!"

"História é a ciência do passado e do presente, um e outro são inseparáveis"
Fernaud Brandel - Historiador francês.


"A história é feita de muitas partes, mas também é única. Somos parte de um mesmo processo que percorre o mundo e nos liga ao planeta. Perder o sentido da mudança é perder o sentido da vida e das oportunidades que ela nos dá, todos os dias, para transforma-la"
Hebert de Souza - Sociólgo brasileiro



 
Nossos amigos ali logo acima, estão pensando sobre o futuro, e quem não pensa sobre o futuro não é mesmo, por isso estudamos, trabalhamos, acordando todas as manhãs para mais um dia que nos espera.
Mas e o passado?
Mas será que quando pensamos em história, só nos traz a ideia de passado?
 
História não é sinônimo de passado. A experiência vivida no passado não pode ser revivida por nos - jamais poderemos saber o que sentia um gladiador da Roma Antiga no Coliseu, ou o que exatamente Napoleão tinha em mente quando decidiu invadir a Rússia, em 1812.
O que de fato aconteceu no passado por lá ficou - a história é nossa tentativa de reconstruir o passado a partir das evidências que dele permanecem.

CURIOSIDADE - A palavra "história", que tem o significado comum de "tudo que aconteceu até agora", origina-se da palavra grega historein, ou seja, "descobrir através de perguntas".

Podemos dizer que a História é o conjunto das indagações que fazemos acerca da história da espécie humana.
 
Mas a História não são apenas fatos!
 
Os historiadores não perguntam apenas "O que aconteceu?", mas também "Por que?", "Como?" e "Quais foram as consequências?"
 
São através dessas perguntas e outras questões e das conclusões que os historiadores chegam que o passado se torna,e para a maioria de nós, um campo muito mais compreensível.
 
E para você o que é a História?
 
E afinal de contas qual a importância em estuda-la?

 
"Aqueles que não conseguem se lembrar do passado estão condenados a repeti-los"
George Santayana - filósofo do século XX.

É com essas perguntas, e como as suas perguntas, que juntos iniciamos essa caminhada pelo saber da história, então já deixo um desafio:

1 - O que é história para você?

2 - Qual a importância de estuda-la?

3 - Deixe um relato de  algo ou algum fato, que tenha marcado a sua vida, através da história dos nossos dias.

Conto com a participação de todos, lembrando que esse espaço é nosso, uma continuidade da sala de aula em nossas casas.


Agora deixo um vídeo sobre o assunto para vocês!



Bons estudos, nos vemos aqui no blog e nas próximas aulas!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Exspectata carus alumni!



"Qual é a escola dos seus sonhos"? "Para mim, é a escola que educa os jovens para extraírem segurança da terra do medo, sorriso das lágrimas e sabedoria dos fracassados. A escola dos meus sonhos une a seriedade de um executivo e a alegria
de um palhaço. Na escola dos meus sonhos cada criança é uma jóia única, mais importante que todo dinheiro do mundo. Nela os professores e alunos escrevem uma belíssima história, são jardineiros que fazem da sala de aula um canteiro de pensadores."
                                                                                                   Augusto Cury


Queridos alunos!

Que neste novo ano letivo, possamos em parceria, trilhar pelo mundo fantástico que é a história, e juntos desvendar a história que somos nós.
Desejo um ótimo 2013 a todos nós!



 
 
 
Abraço sincero, Professor Luiz Carlos.